Com apenas dois meses de aplicação, o programa TeleSol, implementado em Teresina, por meio da parceria entre a AlfaSol, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) e a Fundação Roberto Marinho (FRM), já é sucesso entre os alunos das escolas municipais participantes e tem transformado a vida dos cidadãos piauienses. A iniciativa visa garantir a continuidade nos estudos para mais de três mil jovens e adultos com idade acima de 15 anos e diminuir os índices de analfabetismo funcional na cidade.
Professor da rede pública há 25 anos, Baltazar Campos Cortez é um dos educadores que participam do Programa TeleSol. Entusiasmado com a metodologia do Tecendo o Saber, revela ser essa a primeira vez que leciona a partir de um modelo específico, respeitando as diferenças e adversidades de cada um. "É uma satisfação muito grande saber que podemos ensinar a partir da realidade dos alunos". O educador explica que o modelo apresenta situações até então distantes dos alunos de EJA. "Eles frequentemente são vistos com certo preconceito. Assim, o fato de o TeleSol possuir material próprio, que inclui livros específicos para o aprendizado e professores com formação especial, faz com que os alunos se sintam valorizados e estimulados a continuarem nos estudos", completa Baltazar, ao reforçar a importância do projeto também para a autoestima desses jovens e adultos.
Além dos alunos, o programa também incentiva os professores, que são estimulados a contextualizar as aulas a partir de atividades que deem sustentação à sequência das lições. "O programa é muito proveitoso, pois envolve os alunos e oferece a possibilidade de discussões acaloradas, suscitando diversos debates na sala de aula". O educador também ressalta a satisfação dos alunos em receber material específico para seus estudos. "Um aluno chegou a comentar que possuía livros iguais aos dos estudantes da área de Saúde, referindo-se ao dicionário que faz parte do kit educacional básico que integra o programa", comenta.
Baltazar reforça que, além dos kits, as capacitações oferecidas pela equipe da AlfaSol são fundamentais para o bom desenvolvimento do TeleSol. "A partir das formações, nós, professores da rede pública, nos sentimos mais confiantes para desenvolver nosso trabalho. Afinal, a dinâmica proposta, o envolvimento do professor e o acompanhamento pedagógico são fundamentais para o sucesso do programa", revela com entusiasmo.
Esse sentimento é também compartilhado pela aluna da 3ª série Maria da Penha Povoas que, aos 40 anos de idade, voltou a frequentar a sala de aula. Convidada pela vizinha que participa do TeleSol, Maria deixou a vergonha de lado e encarou o novo desafio.
Ela conta que parou de estudar por conta da primeira gravidez, há 20 anos. Depois disso, não encontrou tempo e nem disposição para continuar os estudos. Com duas filhas já criadas, prestes a completarem 18 e 20 anos, Maria descobriu a motivação para voltar aos bancos escolares. "Quero um novo trabalho", revela. Como doméstica, não tem salário fixo, benefícios, tampouco tempo para o marido. "O fato de não ter completado o ensino fundamental impede que eu consiga arrumar um serviço melhor. Minha mãe já conseguiu outras oportunidades para mim, mas eu tinha que ter o ensino fundamental completo", desabafa.
Filha de professora, Maria foi a única dos seis irmãos que não fez questão de frequentar a escola. "Todos terminaram os estudos, alguns são até professores", diz orgulhosa da família. Ela conta que, em 2000, chegou a fazer matrícula na escola, mas depois de um mês desistiu, por falta de estímulo. Nove anos depois, após perder algumas vagas de emprego e incentivada pela mãe e pelo marido, Maria matriculou-se no TeleSol.
Em apenas dois meses de aula, as mudanças já são visíveis. Maria perdeu a vergonha de frequentar as aulas, sente-se mais segura, conversa melhor com filhas, marido, vizinhas e patroas, e está mais participativa na comunidade. "As pessoas notam quando estamos crescendo como pessoas", revela entusiasmada com a metodologia aplicada. "Estou gostando muito das aulas, principalmente dos vídeos. Já acompanhava o Tecendo o Saber há tempos, pela televisão, e fiquei muito feliz de estudar pelo programa", completa.
Maria sonha em prosseguir nos estudos. Quer terminar o Ensino Médio, fazer um curso de culinária e arrumar um serviço que traga mais benefícios para poder ajudar ainda mais sua família. Seu próximo desafio é convencer o marido, que frequentou até a 6ª série do Ensino Médio, a voltar a estudar. "Agora penso diferente. Não desisto mais porque sei que, sem o estudo, as oportunidades são menores", finaliza. Legenda: Professores da rede pública de ensino participam de formação do Programa TeleSol.
Professor da rede pública há 25 anos, Baltazar Campos Cortez é um dos educadores que participam do Programa TeleSol. Entusiasmado com a metodologia do Tecendo o Saber, revela ser essa a primeira vez que leciona a partir de um modelo específico, respeitando as diferenças e adversidades de cada um. "É uma satisfação muito grande saber que podemos ensinar a partir da realidade dos alunos". O educador explica que o modelo apresenta situações até então distantes dos alunos de EJA. "Eles frequentemente são vistos com certo preconceito. Assim, o fato de o TeleSol possuir material próprio, que inclui livros específicos para o aprendizado e professores com formação especial, faz com que os alunos se sintam valorizados e estimulados a continuarem nos estudos", completa Baltazar, ao reforçar a importância do projeto também para a autoestima desses jovens e adultos.
Além dos alunos, o programa também incentiva os professores, que são estimulados a contextualizar as aulas a partir de atividades que deem sustentação à sequência das lições. "O programa é muito proveitoso, pois envolve os alunos e oferece a possibilidade de discussões acaloradas, suscitando diversos debates na sala de aula". O educador também ressalta a satisfação dos alunos em receber material específico para seus estudos. "Um aluno chegou a comentar que possuía livros iguais aos dos estudantes da área de Saúde, referindo-se ao dicionário que faz parte do kit educacional básico que integra o programa", comenta.
Baltazar reforça que, além dos kits, as capacitações oferecidas pela equipe da AlfaSol são fundamentais para o bom desenvolvimento do TeleSol. "A partir das formações, nós, professores da rede pública, nos sentimos mais confiantes para desenvolver nosso trabalho. Afinal, a dinâmica proposta, o envolvimento do professor e o acompanhamento pedagógico são fundamentais para o sucesso do programa", revela com entusiasmo.
Esse sentimento é também compartilhado pela aluna da 3ª série Maria da Penha Povoas que, aos 40 anos de idade, voltou a frequentar a sala de aula. Convidada pela vizinha que participa do TeleSol, Maria deixou a vergonha de lado e encarou o novo desafio.
Ela conta que parou de estudar por conta da primeira gravidez, há 20 anos. Depois disso, não encontrou tempo e nem disposição para continuar os estudos. Com duas filhas já criadas, prestes a completarem 18 e 20 anos, Maria descobriu a motivação para voltar aos bancos escolares. "Quero um novo trabalho", revela. Como doméstica, não tem salário fixo, benefícios, tampouco tempo para o marido. "O fato de não ter completado o ensino fundamental impede que eu consiga arrumar um serviço melhor. Minha mãe já conseguiu outras oportunidades para mim, mas eu tinha que ter o ensino fundamental completo", desabafa.
Filha de professora, Maria foi a única dos seis irmãos que não fez questão de frequentar a escola. "Todos terminaram os estudos, alguns são até professores", diz orgulhosa da família. Ela conta que, em 2000, chegou a fazer matrícula na escola, mas depois de um mês desistiu, por falta de estímulo. Nove anos depois, após perder algumas vagas de emprego e incentivada pela mãe e pelo marido, Maria matriculou-se no TeleSol.
Em apenas dois meses de aula, as mudanças já são visíveis. Maria perdeu a vergonha de frequentar as aulas, sente-se mais segura, conversa melhor com filhas, marido, vizinhas e patroas, e está mais participativa na comunidade. "As pessoas notam quando estamos crescendo como pessoas", revela entusiasmada com a metodologia aplicada. "Estou gostando muito das aulas, principalmente dos vídeos. Já acompanhava o Tecendo o Saber há tempos, pela televisão, e fiquei muito feliz de estudar pelo programa", completa.
Maria sonha em prosseguir nos estudos. Quer terminar o Ensino Médio, fazer um curso de culinária e arrumar um serviço que traga mais benefícios para poder ajudar ainda mais sua família. Seu próximo desafio é convencer o marido, que frequentou até a 6ª série do Ensino Médio, a voltar a estudar. "Agora penso diferente. Não desisto mais porque sei que, sem o estudo, as oportunidades são menores", finaliza. Legenda: Professores da rede pública de ensino participam de formação do Programa TeleSol.
Foto: divulgação
Fiquei encantada com o projeto. Como faço para aderir ao projeto em nosso município? Gostaria de receber as informações necessárias. Trabalho com a educação de jovens e adultos. E-mail para contato: fariasinez@hotmail.com
ResponderExcluirAgradeço desde já a atenção dispensada.